A Estrutura Analítica de Projeto (EAP), conhecida internacionalmente como Work Breakdown Structure (WBS), é uma das ferramentas mais importantes da gestão de projetos. Ela permite dividir o escopo do projeto em partes menores, mais organizadas e mais fáceis de controlar. Essa divisão do trabalho em pacotes facilita a definição de responsabilidades, prazos, recursos e métricas de desempenho, contribuindo para uma gestão mais eficiente e estratégica.
Neste artigo, vamos explorar o que é a EAP, por que ela é tão importante para o sucesso dos projetos, e quais são os principais modelos de estruturação, com exemplos práticos de aplicação.
O que é a EAP (Estrutura Analítica de Projeto)?
A EAP é uma representação hierárquica do trabalho a ser executado em um projeto. Ela divide o escopo total em partes menores chamadas de pacotes de trabalho (work packages), que são unidades gerenciáveis com entregas, prazos, custos e responsáveis definidos.
Essa estrutura facilita a comunicação entre as partes interessadas, melhora o controle de mudanças, a estimativa de recursos, o monitoramento do cronograma e a visibilidade do progresso geral.

Classificações da Estrutura Analítica de Projeto
O formato e o detalhamento da EAP podem variar conforme o tipo, o porte e a abordagem do projeto. A seguir, veja os principais tipos de EAP usados em projetos reais.
EAP por Grupo de Trabalho
Neste modelo, o projeto é estruturado com base nas áreas ou departamentos responsáveis pelas entregas. Cada grupo de trabalho assume a responsabilidade por um conjunto específico de tarefas relacionadas à sua especialidade.
Quando usar:
Esse modelo é ideal em organizações estruturadas por funções ou em projetos onde a divisão de responsabilidades entre times é muito clara.
Exemplo prático:
Em um projeto de construção civil, a Estrutura Analítica de Projeto pode ser dividida em:
- Engenharia
- Arquitetura
- Construção
- Administração de Obras
Cada grupo é responsável pelas atividades que dominam tecnicamente, promovendo especialização e eficiência operacional.
EAP por Local
A EAP por local organiza o trabalho do projeto com base nas localizações geográficas onde as atividades serão executadas. É especialmente útil em projetos descentralizados ou que envolvem unidades distribuídas.
Quando usar:
Projetos que envolvem múltiplas cidades, estados ou países, ou que precisam considerar especificidades regionais.
Exemplo prático:
Em um projeto de instalação de redes de telecomunicações em âmbito nacional, a estrutura pode ser dividida por localidades, por exemplo:
- São Paulo
- Rio de Janeiro
- Belo Horizonte
Cada região terá suas próprias tarefas, cronograma, equipe e controle de qualidade, conforme suas necessidades e características operacionais.
EAP por Característica ou Função
Esse modelo foca nas funções do sistema, nas partes do produto ou nas características técnicas a serem desenvolvidas. É muito comum em projetos de engenharia, sistemas e desenvolvimento de produtos.
Quando usar:
Projetos complexos de produto, software ou sistemas, em que a estrutura precisa refletir as funcionalidades ou componentes técnicos do resultado final.
Exemplo prático:
Em um projeto de desenvolvimento de um sistema, a Estrutura Analítica de Projeto pode ser estruturada assim:
- Interface de Usuário
- Banco de Dados
- Segurança
- Performance
Cada módulo representa uma parte funcional do sistema, com equipes e atividades direcionadas à construção daquela área específica.
EAP por Fase do Projeto
Aqui, a estrutura segue a lógica temporal do projeto, organizada pelas suas fases. É uma abordagem sequencial, que reflete o ciclo de vida do projeto.
Quando usar:
Projetos com fases bem definidas, como os que seguem metodologias tradicionais (como PMBOK ou PRINCE2) ou possuem etapas obrigatórias de aprovação.
Exemplo prático:
Em um projeto de construção, a EAP pode ser organizada por fases:
- Planejamento
- Execução
- Monitoramento e Controle
- Encerramento
Cada fase inclui os pacotes de trabalho necessários para sua realização, permitindo melhor controle do progresso e da transição entre etapas.
EAP por Entregáveis
Nesse modelo, o projeto é dividido de acordo com os produtos, serviços ou resultados a serem entregues. Cada entregável é dividido em partes menores até chegar ao nível dos pacotes de trabalho.
Quando usar:
Projetos orientados a resultados, onde é fundamental garantir a entrega de itens específicos ao cliente ou usuário.
Exemplo prático:
Em um projeto de lançamento de um novo produto, a EAP pode incluir:
- Prototipagem
- Testes de Qualidade
- Produção em Escala
- Distribuição
Cada um desses entregáveis pode, por sua vez, ser subdividido em atividades menores e mais detalhadas.
EAP por Recursos
Aqui, a Estrutura Analítica de Projeto é organizada com foco nos recursos necessários para a execução do projeto, como mão de obra, equipamentos e materiais.
Quando usar:
Projetos onde o gerenciamento de recursos é crítico, especialmente quando há necessidade de controlar custos ou logística de suprimentos.
Exemplo prático:
Em um projeto de instalação de sistemas de climatização, a EAP pode ser estruturada por recursos:
- Equipe de Instalação
- Equipamentos de Ar Condicionado
- Ferramentas
- Materiais
Isso permite que o gestor identifique gargalos e aloque recursos de forma otimizada, com base no volume e cronograma de utilização.
EAP por Processo ou Atividade
Esse modelo organiza o projeto com base nos processos ou atividades a serem executadas, independentemente de fase, local ou entregável. É útil para projetos com workflows bem definidos.
Quando usar:
Projetos repetitivos ou que envolvem cadeias de processos padronizadas, como produção seriada, desenvolvimento ágil ou processos industriais.
Exemplo prático:
Em um projeto de software, a EAP pode ser organizada por etapas do processo de desenvolvimento:
- Análise de Requisitos
- Desenvolvimento
- Testes
- Implantação
Essa abordagem proporciona visibilidade clara sobre o progresso de cada etapa do processo, facilitando o gerenciamento iterativo.
Conclusão
A Estrutura Analítica de Projeto é uma ferramenta fundamental para o sucesso de qualquer projeto, pois fornece clareza, organização e base sólida para o gerenciamento de escopo, tempo, custo e comunicação. Ao escolher o modelo de EAP mais adequado ao seu projeto — seja por grupo de trabalho, local, função, fase, entregáveis, recursos ou processo — você estará promovendo uma gestão mais inteligente, previsível e colaborativa.
A boa prática é adaptar ou até combinar modelos de EAP conforme as necessidades específicas do projeto, garantindo que a estrutura escolhida seja útil, compreensível e alinhada com os objetivos estratégicos da organização.
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