HBIM – Saiba mais sobre o BIM no processo de revitalização de patrimônios históricos

Você sabia que o BIM (Building Information Modeling – Modelagem da Informação da Construção) também pode ser usado dentro de projetos de patrimônios históricos?

Edifícios históricos fazem parte do nosso dia a dia e contém uma importância para a sociedade, mas como o HBIM pode ajudar na sua preservação e/ou auxiliar no resgate dessas estruturas?

A utilização do BIM como metodologia de projeto para restauros é uma temática que tem crescido cada dia mais, alguns autores já cunham o termo HBIM (Heritage Building Information Modelling  – Modelagem da Informação da Construção Histórica), um método que visa auxiliar na reforma, restauro e promover a manutenção da edificação tombada pelo patrimônio histórico.

Casos de uso do HBIM no dia a dia

Só na cidade de São Paulo, desde 1968, o CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de Paulo) já tombou mais de 500 bens do século XVI e XX, então a necessidade de ocorrer processos de restauro em edificações acontece muito mais próximo do que estamos acostumados.

Um caso recente que utilizou desta metodologia do HBIM para o restauro foi a obra do Museu do Ipiranga, fechado em 2013 para restauro e reaberto em 2022, antes do bicentenário do Brasil.

A área externa do palácio e o parque da independência foram escaneados com varredura à laser, através de equipamentos de laser scanner, na intenção de registrar todas as nuances dos adornos das fachadas da edificação. Após esta reconstrução digital, foi elaborado o projeto com a utilização do software Autodesk Revit, entre outros, para que o projeto acontecesse.

Mapa de pontos do Museu do Ipiranga
Escaneamento do Museu do Ipiranga com 2,3 bilhões de pontos. Fonte: Autodesk

A metodologia HBIM além de auxiliar neste procedimento de restauro também auxilia em reconstruções posteriores ao escaneamento, como foi o caso do Museu Imperial de Petrópolis no Rio de Janeiro, onde a Autodesk junto a outras empresas de escaneamento realizou o trabalho de digitalização do museu e modelagem no Revit de toda a estrutura externa do edifício. Um mês após a publicação e divulgação do modelo 3D, aconteceu o incêndio que destruiu o patrimônio histórico.

Patrimônio este, que assim como os demais no território nacional tem uma defasagem enorme em documentação dos projetos e gerenciamento destes imóveis. Por isso, o HBIM possui um papel tão relevante e importante no setor de restauro.

Incêndio no Museu Imperial de Petrópolis e a modelagem digital do edifício. Fonte: Autodesk

Você já visitou o Museu Imperial de Petrópolis?

Após o incêndio, ocorrido em setembro de 2018, o museu ficou fechado, mas a partir do projeto de HBIM e a utilização do escaneamento foi possível manter parte da sua visitação ativa à população.

Foi recriado digitalmente (e posteriormente liberado ao público) o projeto com o uso de realidade aumentada da fachada principal da edificação.

Clique no link a seguir e acesse a ação imersiva para redirecionar o leitor a realidade aumentada

Realidade aumentada do museu imperial Petrópolis. Fonte: Autodesk

Mas o HBIM realiza apenas o escaneamento do edifício?

O escaneamento do edifício é parte do processo do HBIM, mas é possível realizar também a gestão do edifício e elaboração de mapas de patologias, que fazem parte do projeto de restauro, onde fica evidenciado quais as localizações das patologias e quais os objetivos para a sua recuperação. Esse documento é essencial para que o restauro aconteça segundo o IPHAN (Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional), um dos órgãos competentes por limitar e fiscalizar obras deste tipo.

Felipe Silva (2022), doutorando e mestre em tecnologias BIM e em edificações existentes elaborou em sua tese de mestrado quais seriam as principais temáticas abordadas com o HBIM, classificando entre os artigos encontrados. Os temas com maior ocorrência são: avaliação estrutural devido o estado do edifício, modelagem HBIM (como executado no Museu Imperial de Petrópolis no Rio de Janeiro), chegando na etapa de documentação dos danos e/ou patologias (produção de parte do projeto para que o órgão competente libere a sua execução) além de demais temas e possibilidades com relação a esta temática.

Assuntos relacionados ao HBIM e o uso em projetos. Fonte

O HBIM vem crescendo cada dia mais e faz parte do nosso cotidiano com as edificações que são parte da nossa sociedade.

Você achou que era possível realizar tantas coisas com BIM e o patrimônio histórico?

Agora que já sabe que o BIM vai além de edificações novas e a serem construídas, podemos trazer essa tecnologia para projetos de grande complexidade e que não tenhamos documentações suficientes para este tipo de projeto.

Ficou com curiosidade em saber mais sobre o uso do BIM cm patrimônio histórico? Fale com nossos especialistas e saiba como podemos ajudar com a melhor solução para o seu patrimônio.

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