O uso do BIM na gestão de projetos nos setores de Arquitetura, Engenharia e Construção vem se desenvolvendo de maneira exponencial e modernizando como as obras estão sendo desenvolvidas e mantidas. Essa nova estratégia possibilita uma administração mais eficaz e exata dos recursos, abrangendo desde o período de construção até a operação contínua.
Portanto, neste artigo, vamos explorar como a colaboração e a gestão integrada estão influenciando a mudança no setor AEC. Acompanhe!
O que é Colaboração e Gestão BIM Integrada?
Antes de mergulharmos no impacto profundo que a colaboração e a gestão integrada exercem sobre o setor AEC, é essencial entender o que esses conceitos realmente significam.
Mais do que simples tendências, eles representam uma mudança de mentalidade e de processos que influenciam diretamente a eficiência, a produtividade e os resultados dos projetos:
Colaboração
Segundo o dicionário, colaboração é “trabalho feito em comum com uma ou mais pessoas; cooperação, ajuda, auxílio”. Quando pensamos no ambiente de projetos, um dos fatores cruciais para que um projeto em BIM seja bem-sucedido, é a coordenação das equipes que está ligada intimamente com a colaboração.
A colaboração assegura que nenhuma informação relevante se perca ou se torne supérflua. Com isso, se revela fundamental, pois algumas equipes enfrentam dificuldades na adoção do BIM devido à ausência de troca de informações essenciais.
A combinação entre a coordenação e o compartilhamento de dados, resulta em um trabalho efetivamente colaborativo, onde todas as disciplinas se unem para atingir um objetivo comum.
Gestão Integrada
A gestão integrada representa uma estratégia que procura unir os diversos aspectos e processos de uma organização. Ela abrange a coordenação e a articulação de todas as áreas da empresa, tais como Marketing, Finanças, Operações e Recursos Humanos, com a finalidade de gerar sinergia e aprimorar os resultados. Isso implica na total conexão entre os recursos humanos, intelectuais e tecnológicos da organização.
Esse enfoque favorece uma visão abrangente do negócio, tornando a tomada de decisões mais esclarecida e eficiente. Ademais, estimula a colaboração entre as equipes e o alinhamento de metas compartilhadas. Ao adotar a gestão integrada, uma empresa pode alcançar uma maior eficiência operacional e conquistar vantagens competitivas no mercado.
O papel do Coordenador BIM
Quando o assunto é colaboração e coordenação no universo BIM, uma peça-chave entra em cena: o coordenador BIM. De acordo com o BIM Dictionary, o Coordenador BIM é um papel dentro de um projeto, responsável pela Gestão dos Modelos BIM, Gestão das Informações de Projeto e Gerenciamento dos processos BIM, onde:
- Gestão dos Modelos BIM: atendimento aos usos do Modelo BIM e aos critérios do Plano de Execução BIM;
- Gestão da Informação de Projeto: garantia do fluxo de informação de forma a atender as necessidades de projeto;
- Gerenciamento de processos BIM: suporte no estabelecimento dos fluxos de colaboração, protocolos de comunicação e padrões de entrega.
E o BIM Manager?
É comum encontrar no mercado o uso da nomenclatura BIM Manager (Gerente BIM)para se referir ao papel de Coordenação BIM. De acordo com o BIM Dictionary, o Gerente BIM conduz a implementação corporativa BIM, enquanto a Coordenação BIM atende às necessidades BIM de um projeto.
Independentemente do nome atribuído ao cargo, o que realmente importa é que haja um profissional dedicado a assumir a responsabilidade por essas atividades dentro do projeto, garantindo organização, alinhamento e eficiência em cada etapa.
Controle de qualidade BIM
Você sabe o que define a qualidade BIM e por que é fundamental estabelecer processos rigorosos para seu controle? A qualidade BIM tem como objetivo assegurar que os modelos BIM estejam sendo desenvolvidos conforme os requisitos de projeto.
Ela é diferente do controle de qualidade de projeto, que tem como objetivo validar se as normas e recomendações de projeto estão sendo atendidas; ela define os critérios de qualidade do modelo BIM como um entregável.

E o que determina os critérios de qualidade BIM são os usos do modelo que serão feitos ao longo do ciclo de vida no empreendimento. Ou seja, o modelo precisa atender as expectativas do contratante em termos de como ele será utilizado não somente em projeto, mas também em etapas futuras como a construção, operação e manutenção.
Por exemplo, se foi definido pela contratante que o modelo BIM será usado para fazer o levantamento de quantidades para elaboração de orçamento da obra do empreendimento, os elementos do modelo devem ter as quantidades parametrizadas, senão este uso não será possível.
Outro exemplo é o modelo BlM vinculado ao cronograma da construção do empreendimento para uso das equipes de planejamento da obra. Se por acaso os pilares e colunas que compõem a estrutura primária de uma edificação não estiverem segmentadas por pavimento, o vínculo do modelo com um cronograma de execução dividido por pavimentos não será possível.
Interoperabilidade BIM e a ISO 19650
Segundo o portal gov.br, interoperabilidade é a capacidade de sistemas (informatizados ou não) se comunicarem com outros sistemas por meio do compartilhamento de dados. Seu objetivo é melhorar a qualidade e a eficiência na prestação de serviços públicos, além de facilitar a construção de políticas públicas baseadas em evidências. Entre seus benefícios, destaca-se a execução de políticas cada vez mais personalizadas, de acordo com a necessidade do cidadão, reduzindo custos e aumentando sua efetividade.
A ISO 19650 é uma nova família internacional de padrões BIM que define os processos colaborativos para o gerenciamento de informações durante todo o ciclo de vida de um ativo construído, usando BIM.

Nessa estrutura, podemos analisar que cada parte da norma aborda a gestão dos ativos e a forma como eles devem ser distribuídos entre os membros envolvidos no fluxo do projeto. Falando especificamente de interoperabilidade, podemos focar nas partes 3 e 4. Veja:
A ISO 19650-3 consiste na especificação dos requisitos para a gestão da informação, sob a forma de um processo de gestão, no contexto da fase operacionaldos ativos e das trocas de informação no seu interior. Usa-se a modelação da informação do edifício, que pode ser aplicada a todos os tipos de ativos e por organizações de todos os tamanhos, envolvidas na fase operacional desses ativos. Os requisitos podem ser alcançados através de ações diretas realizadas pela organização em questão ou delegadas a outra parte.

A ISO 19650-4 especifica o processo detalhado e os critérios para a tomada de decisões ao executar uma troca de informações, para garantir a qualidade do modelo de informações do projeto ou de ativos resultante. É aplicável a ativos de todos os tamanhos e níveis de complexidade, e devem ser adotados de forma apropriada à escala e complexidade daquele ativo.

Benefícios da colaboração e gestão BIM
A união e a troca de informações contribuem para a criação de um trabalho genuinamente colaborativo, onde todos os participantes colaboram para atingir um único propósito.
A participação BIM desde as fases iniciais do projeto proporciona diversas vantagens, como a diminuição de atrasos e a previsão de custos e cronograma. Assim, podemos definir prioridades e métodos de construção previamente acordados nos estágios iniciais e de maneira simultânea com todos os participantes.
Apesar da teoria da colaboração em projetos parecer intrincada, ela é essencial para projetos de sucesso. Se componentes interdependentes de um projeto são implementados sem a adequada comunicação ou coordenação, os projetos podem enfrentar sérias consequências durante a fase de implementação da obra.
Desafios da colaboração BIM
Apesar dos inúmeros benefícios da incorporação do BIM, também surgem desafios, porém a combinação de diversos sistemas e a administração de grandes quantidades de dados demandam competência técnica e uma estratégia bem definida.
Espera-se que, a incorporação do BIM se torne cada vez mais frequente, com progressos tecnológicos, facilitando o acesso e a utilização da metodologia no setor AEC.
O uso do BIM está transformando os padrões de operação e manutenção de edificações. Esta combinação poderosa, que oferece monitoramento em tempo real, manutenção preditiva, eficiência energética e administração eficaz do espaço, está promovendo a inovação no setor.
Persistimos na exploração dessas tecnologias para desenvolver projetos mais inteligentes, eficazes e sustentáveis, garantindo que a indústria da construção continue a se desenvolver rumo a um futuro transformador, inovador e sustentável com a Era Digital.
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