Design Generativo em projetos de AEC: tudo que você precisa saber!

Entenda o conceito de Design Generativo, potenciais aplicações no mercado de AEC e quais as etapas para a realização de estudos.

Você sabe o que é Design Generativo? Sabia que com ele é possível trazer maior capacidade de análise de cenários e estudos de arranjos em projetos do marcado de AEC? Neste artigo, irei apresentar o conceito de Design Generativo, potenciais aplicações no mercado de AEC e quais as etapas para a realização de estudos..

O que é Design Generativo

Em etapas preliminares de projeto, no qual o escopo e às vezes até as necessidades e premissas de projeto estão mais flexíveis, temos a possibilidade de explorar alternativas e realizar estudos antes de apresentar ao cliente para a tomada de decisão de qual caminho seguir no detalhamento do projeto. Neste aspecto, o nosso maior gargalo é o tempo, ou seja, os prazos para realizarmos estes estudos.

O Design Generativo é uma técnica que visa otimizar o tempo de geração de estudos, a partir da definição de premissas e parâmetros de modelagem de forma que o software BIM realize os estudos por você. Ou seja, ao invés de você investir esforço e tempo desenvolvendo os estudos, você parametriza o software e ele retorna as possibilidades para que você tenha mais tempo para analisar um número maior de estudos.

Design Generativo em projetos de AEC
Figura 1: Design Generativo Fonte: Autodesk®

Ficou difícil de entender? Vamos dar um exemplo. Suponhamos uma sala de um escritório na qual precisamos mobiliar com escrivaninhas. Para isto, precisamos definir:

  • A quantidade de escrivaninhas necessárias;
  • O tamanho das escrivaninhas;
  • A disposição delas na sala.

Agora, definimos as premissas: Se queremos ter muitas pessoas alocadas nesta sala, temos que pensar no menor tamanho possível e funcional de escrivaninha, e em uma disposição que consiga posicionar a maior quantidade de escrivaninhas, considerando o espaçamento mínimo de trânsito na sala. Porém, e se a premissa do projeto for outra? E se temos um número mínimo necessário de escrivaninhas, porém com capacidade de expansão? E se queremos estabelecer que a posição das escrivaninhas perante as janelas é relevante? E a distância dos postos de trabalho às saídas da sala? A grande quantidade de premissas e possibilidades inviabiliza a modelagem manual de todos os casos possíveis para que tanto você, elaborador do projeto, quanto o cliente final tomem a melhor decisão possível. Porém, com o Design Generativo, podemos parametrizar estas premissas numéricas e solicitar a simulação dos cenários para que possamos analisar os cenários mais interessantes e descartar as piores opções. A figura abaixo mostra um exemplo visual da interface de Design Generativo no Revit®:

Design Generativo em projetos de AEC 1
Figura 2: Design Generativo Fonte: Autodesk®

Ficou mais claro o objetivo do Design Generativo? Vamos ver quais etapas a serem estruturadas

Etapas de aplicação do Design Generativo

O Design Generativo é um processo que, quando bem estruturado, passa por seis etapas:

  1. Geração: esta é a etapa na qual, a partir da parametrização e estabelecimento de algoritmos de análise, as opções são geradas pelo software.
  2. Análise: nesta etapa, os estudos são analisados em relação aos indicadores /resultados estabelecidos. Para isto, é necessário que a parametrização utilize critérios mensuráveis, ou seja, baseados em números (por exemplo, espaçamento de circulação entre escrivaninhas, obedecendo um valor mínimo e máximo aceitáveis).
  3. Classificação: nesta etapa, com os modelos analisados, os projetistas podem classificar os melhores estudos, com ajuda do software para sinalizar os estudos com os melhores indicadores. Nesta etapa, a intervenção do projetista é fundamental, pois existe um aspecto que nem sempre é possível desenvolver em forma de algoritmo: a análise crítica.
  4. Evolução: bons algoritmos de Design Generativo são desenvolvidos com um mínimo de premissas básicas, para posterior refinamento, ao invés de uma parametrização única tentando resolver todas as condições possíveis. Neste caso, mediante os melhores estudos analisados, é possível refinar as premissas, necessidades e, consequentemente, os algoritmos para refinar as alternativas e considerar novos parâmetros;
  5. Exploração: com critérios refinados, o projetista tem em mãos uma quantidade de estudos relevante para análise crítica e discussão com clientes. Este é o momento para escolher as melhores opções e realizar a tomada de decisão sobre qual caminho seguir, ou se cabe mais um ciclo de evolução dos estudos.
  6. Integração: com a tomada de decisão realizada, o projetista incorpora a alternativa selecionada para detalhamento do projeto.
Design Generativo em projetos de AEC 2
Figura 3: Design Generativo Fonte: Autodesk®

Design Generativo: Uma Ferramenta de Apoio à Criatividade e Eficiência Operacional

É essencial ressaltar que o Design Generativo não tem o objetivo de eliminar o aspecto criativo do projeto, muito pelo contrário: o Design Generativo visa reduzir o tempo de operacionalização de estudos paramétricos, e deixar os projetistas mais livres para a análise de alternativas e criação dos conceitos. Ele é uma ferramenta de apoio, e como toda ferramenta, deve ser aplicada quando for agregar ao projeto, e sempre com o viés de apresentação de possibilidades e automação de processos operacionais. No fim das contas, a tomada de decisão do projeto ainda faz parte do projetista e do cliente final.

Ficou interessado em como o Design Generativo pode ser aplicado em projetos de AEC? Veja estes exemplos disponibilizados pela Autodesk de aplicações reais em projetos:

Daiwa House Industry Uses Generative Design to Retool Urban Housing (autodesk.com)

Three Experiments in Generative Design with Project Refinery – Revit (autodesk.com)

Gostaria de apoio para entender como é o processo de elaboração de algoritmos de Design Generativo? Ou como realizar um estudo de caso ou um projeto piloto?

Entre em contato conosco para que nosso time de especialistas possa te auxiliar! 

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