GeoBIM na colaboração entre Engenharia e Geotecnologia

As Engenharias e as Geotecnologias são campos muito ricos e extremamente intrincados no dia a dia da sociedade. No âmbito profissional, isso não é diferente. O intuito deste artigo é mostrar como a colaboração entre engenharia e geotecnologia se torna mais eficiente e integrada por meio do GeoBIM®. 

Conhecer o seu ativo (empreendimento, obra, etc) em detalhes minuciosos, considerar dados, metadados, modelagem em 3D, atualizações recorrentes, entre outros aspectos, é de grande valia. Mas ter todo esse arcabouço sem localizá-lo espacialmente, sem associação ao que está em seu entorno, parece não fazer sentido, certo?! Mas ainda é comum.

A relação entre as partes 

Para entendermos bem o foco deste texto, vamos dividi-lo em: O “o que”, o “como” e o “onde”. 

O “o que” são os ativos, o “como” é a modelagem em 3D e o “onde” é a espacialização desses ativos modelados em 3D. Partindo dos softwares de modelagem à realidade, a Engenharia se ateve por muito tempo ao modelo que, obviamente, tem toda a sua importância, porém, por muito tempo, sem levar em consideração a inter-relação com o espaço físico em que se encontra. 

O modelo 3D na tela do computador pode ser (mais facilmente) perfeito e, mesmo assim, muitas vezes não é. Porém, ao associarmos esse modelo à sua componente espacial, ao terreno, à realidade do sítio e à inter-relação com seus arredores, temos mais desafios pela frente, mas também mais assertividade e coerência nas análises e tomadas de decisões.

GeoBIM: modelo 3D no software de modelagem (em 0.0) e espacializado em software GIS
Figura 1: Modelo 3D no software de modelagem (em 0.0) e espacializado em software GIS

Quantidade de dados é diferente de dados qualificados

Costumo insistir nessa tecla de que no mundo atual temos acesso à muita quantidade de dados, porém, são dados de qualidade? Sem a intenção de brigar com a realidade, pelo contrário, vamos usá-la ao nosso favor. Ter acesso a uma gama enorme de dados é bom, mas a uma gama de dados qualificados, é melhor ainda.

Os dados geográficos (ou geoespaciais) são dados sim, com a componente espacial, mas não apenas essa componente. Saber onde nosso ativo está nos permite associá-lo ao entorno e, consequentemente, à subsídios necessários a todo o ciclo de vida desse ativo como fonte de insumos naturais (água, incidência solar, terreno adequado, etc) e, também, socioeconômicos (energia, logística, mercado consumidor, entre outros).

Modelo 3D geoespacializado e com metadados qualificados.
Figura 2: Modelo 3D geoespacializado e com metadados qualificados.

Diante disso, temos o GeoBIM® como a combinação de dados geoespaciais e a modelagem 3D, considerando a relação com o meio e propiciando dados e metadados qualificados.

Exemplos práticos dessa colaboração

Saber que a construção de um parque vai usar X toneladas de terra, durar Y meses e precisar de Z pessoas é importante, com toda certeza! Mas também é importante e salutar termos em mãos a informação de que essa terra necessária é encontrada perto ou não do sítio. Se nos meses de duração da obra chove muito, se a inauguração pode ser feita no verão. E de onde (e como), não só a mão de obra, mas os usuários do parque se deslocam.

Onde e como construir um conjunto residencial?

O GeoBIM® responde: um local com adensamento populacional significativo, o melhor terreno (considerando geologia e geotecnia, aspectos naturais), proximidade a modais de transporte, serviços de saúde, comércio, entre tantos outros aspectos. Inclusive pós-implantação, avaliar o adensamento de comércios nas imediações, a valorização dos terremos das proximidades, a localização de possíveis futuras vias de interligação e escoamento necessárias em um planejamento urbano de 10 a 20 anos. Além claro, da modelagem da construção arquitetônica em si.

Conclusão

Essas questões soam familiares (quase óbvias)? Talvez sim, mas saibam que ainda no mercado há situações em que esses pontos não são levados em consideração ou são mais como “sendo comum” do que com dados embasados e de qualidade. Quem é de fato do mercado sabe que isso é verdade e que essa mudança vem acontecendo e, ainda, que o GeoBIM® é importante para garantir melhores insumos, impactos e demandas conhecidas e sob controle, além da gestão de portifólios. O conhecimento e reconhecimento já estão aí, talvez falte ainda um impulso nesse caminho.

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