Por que falar de GIS é importante na infraestrutura

Descubra a importância da integração entre GeoBIM e GIS na AEC. Evite surpresas em obras lineares com análises geoespaciais e otimize a gestão com o poder do SIG.

Descubra a importância da integração entre GeoBIM e GIS na AEC. Evite surpresas em obras lineares com análises geoespaciais e otimize a gestão com o poder do SIG.

A FF Solutions tem publicado uma série de artigos por aqui que abordam a integração GeoBIM, ou seja, a aproximação cada vez maior dos fluxos de trabalho das equipes que trabalham no universo da Arquitetura, Engenharia e Construção – AEC com as que trabalham com de Sistemas de Informações Geográficas (GIS/SIG) e inteligência geoespacial (se você ainda não viu nada a esse respeito, sugerimos a leitura do artigo inicial para entender o que é geobim.

Mas talvez surja em seguida uma pergunta: por que falar de GIS é importante para as equipes do mundo AEC? E por que é importante em ainda maior monta para os que trabalham com ativos de infraestrutura? No texto a seguir apresentaremos uma breve avaliação a esse respeito.

GIS na infraestrutura

Obras de Infraestrutura e Obras Localizadas

Quando falamos de projetos e obras de engenharia de uma forma mais simples e informal, podemos classificá-las em dois grandes grupos: os de edificações, em geral de menor porte e restritas a pequenos trechos do território, e os de infraestrutura, que, ao contrário, em geral são de grande porte e ocupam uma grande área do território.

Dessa forma, a construção de uma ferrovia (a sua via permanente) é classificada como uma obra de infraestrutura, enquanto a de uma estação ferroviária para embarque e desembarque de seus passageiros é classificada como uma obra localizada (edificação). Se olharmos para o setor de saneamento, uma adutora é uma obra de infraestrutura e uma estação elevatória de água ou de esgoto é uma obra localizada; um aeroporto é uma obra de infraestrutura, mas um terminal isoladamente é uma obra localizada.

Obra Linear

Um tipo particular de obras de infraestrutura é a que se chama de obra linear: um ativo que tem uma de suas três dimensões significativamente maior que as demais, como uma linha de transmissão de energia elétrica, por exemplo. Uma obra linear como um todo pode estender-se até mesmo ao longo de milhares de quilômetros, conectando, neste mesmo exemplo, a fonte geradora ao público consumidor. E o mesmo conceito pode ser aplicado para rodovias, ferrovias, adutoras, oleodutos, gasodutos etc.

GIS na infraestrutura - 2
beautiful shot of electric poles under a blue sky

Conexão com Sistemas de Informações Geográficas

Um dos itens imprescindíveis a se cumprir durante a elaboração de um projeto é a análise de interferências com estruturas existentes. Esta atividade é fundamental para que, ao se desenvolver o projeto de rodovia por exemplo, se saiba se no seu percurso há a existência de estruturas de drenagem, tubulações de abastecimento de água ou coleta de esgoto, linhas de fibra ótica ou de energia elétrica, sistema viário local, edificações, dentre outros.

Se tal análise não é cumprida corretamente, corre-se o risco de encontrar essas interferências apenas na etapa subsequente, de obra, quando tratá-la será muito mais custoso, afetando diretamente o seu cronograma de execução e o seu custo financeiro. Neste mesmo contexto, também é fundamental saber se o traçado da rodovia conflitará com restrições de caráter ambiental, urbanístico ou de patrimônio histórico (muitas vezes, ao saber destas questões ainda na etapa de projeto pode acarretar na mudança significativa do próprio traçado ou da solução de engenharia propostos).

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Exemplo de análise espacial que identifica, ainda na etapa de definição do traçado de uma rodovia (projeto), o seu conflito com uma unidade de conservação ambiental e, por consequência, torna-a sujeita à seu regramento legal. Fonte: FF Solutions.

E este é um dos momentos em que a conexão com um SIG se apresenta como fundamental: é através das bases de dados cadastrais dele constantes que se poderá realizar estas análises e evitar que decisões de projeto precisem ser revistas durante a construção. É através dos recursos de análise geoespacial de um SIG que se poderá avaliar a sobreposição de estruturas existentes à área do projeto em desenvolvimento.
Se essa ação é importante para uma edificação (afinal, mesmo para a construção de uma casa deve-se avaliar se não se afetará uma tubulação subterrânea da concessionária de gás ou de água), quanto mais para uma obra de infraestrutura, quando tal interferência pode ocorrer em maior porte e repetir-se diversas vezes ao longo de seus vários quilômetros de extensão.

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Na etapa de projeto, o GIS fornece ao profissional AEC as informações de contexto necessárias para a sua elaboração, mas mesmo nas etapas seguintes é possível obter benefícios de seu uso. O GIS pode ser usado como ferramenta de apoio à gestão da obra linear, apresentando em uma interface gráfica e georreferenciada o seu avanço. Cada trecho da construção da rodovia/ferrovia/adutora ou cada torre da linha de transmissão de energia elétrica pode ser representado por uma cor/estilo diferente em um mapa temático publicado na internet, conforme o seu status no cronograma geral da obra (este gerenciado no Microsoft Project ou Oracle Primavera, por exemplo).

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Exemplo de ambiente de mapa e dashboard para a gestão da obra linear de uma linha de transmissão de energia elétrica. Cada triângulo representa uma torre e cada cor um estágio de sua construção. Fonte: FF Solutions.

Considerações Finais

A interação entre as equipes AEC e GIS está cada vez mais forte e dinâmica, potencializada ainda mais com a evolução do uso do BIM nas etapas de projeto, obra e operação/manutenção. A integração proporcionada pelo avanço tecnológico tem permitido que se aumente a confiabilidade dos projetos (e consequente menor necessidade de sua revisão em etapa de obra), a gestão da obra de infraestrutura e a até mesmo gestão dos ativos em operação e manutenção (tema que, apesar de não discutido explicitamente neste documento, será objeto de uma nova publicação em breve).

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