EP 4 – Do CAD ao BIM: a evolução dos projetos de infraestrutura

Neste quarto episódio, os hosts Júlio Ribeiro e André Barroso, receberam um convidado de trajetória sólida para desvendar o caminho Do CAD ao BIM: A evolução dos projetos de infraestrutura.

Sobre o convidado

Marcus Cardoso

Um nome de grande relevância na trajetória da FF Solutions e no mercado de infraestrutura no Brasil. É Especialista em BIM para infraestrutura na FF Solutions, onde hoje lidera o time na coordenação de infraestrutura.

É engenheiro civil e tecnólogo, possui MBA em Gestão de Projetos e atualmente está cursando MBA de especialização em BIM.

Autor de três livros sobre o Autodesk Civil 3D, além de ser um dos instrutores na BuildLab Academy.

Destaques do episódio

O bate-papo explorou a transição tecnológica na engenharia, os desafios da adoção do BIM e o futuro do setor.

A longa jornada do CAD para o BIM

Cardoso compartilhou como era o trabalho na prancheta nos anos 80, onde a precisão de um cálculo de engenharia de quatro ou cinco casas decimais era perdida ao se tentar medi-lo em um escalímetro. A chegada do AutoCAD nos anos 90, inicialmente sem mouse e na tela verde, foi fascinante, pois permitiu manter essa precisão. Contudo, a transição da prancheta para o AutoCAD e, posteriormente, para o BIM sempre foi lenta no Brasil e na área de infraestrutura.

Resistência cultural: O maior desafio da migração para o BIM não é a tecnologia, mas as pessoas. A indústria de infraestrutura, em particular, é historicamente mais acomodada, preferindo ver a tecnologia consolidada em outras áreas antes de adotá-la.

Medo de perder o emprego: Muitos profissionais de infraestrutura viam (e ainda veem) a tecnologia, como o BIM, como algo que “vai tirar o emprego”, pois descentraliza a informação que antes dependia apenas do seu conhecimento pessoal. A resposta, segundo Cardoso, é usar a tecnologia (incluindo a IA) a favor para tornar o trabalho mais nobre.

O impacto do Civil 3D e o livro

A motivação para escrever os livros sobre o Autodesk Civil 3D (sendo o primeiro da língua portuguesa no Brasil) veio da ambição da FF Solutions de ter material de qualidade para capacitação, já que as apostilas já eram completíssimas.

Referência no mercado: Os livros se tornaram uma referência no mercado, sendo utilizados em pós-graduações e mudando a carreira de muitos profissionais.

O pensamento lento: A criação do primeiro livro levou cerca de oito anos, demonstrando o valor do “pensamento lento” e da maturação da informação, o que solidifica a qualidade e confiabilidade do material em meio ao excesso de informação de hoje.

Presente e futuro: Tecnologias e tendências

Cardoso enfatiza que a infraestrutura, apesar de historicamente mais lenta na adoção, já está sendo impactada pelas melhores práticas globais e por novas tecnologias.

Inteligência Artificial (IA) e Nuvem: A Inteligência Artificial e o poder da nuvem, como o Autodesk Construction Cloud (ACC), são pilares essenciais.

Novos métodos de levantamento: O uso de levantamento digital e o GeoBIM são cruciais, pois mitigam a necessidade de visitas de campo perigosas e permitem a coleta de uma vasta quantidade de dados que, quando estruturados, tornam os projetos mais consistentes.

A tríade Pessoas, Processos e Tecnologia: Na visão de Cardoso, Pessoas deve ser sempre o foco principal da digitalização. É necessário investir na capacitação e na gestão da mudança para que as pessoas se engajem e percebam que o BIM e o GeoBIM não são iniciativas isoladas, mas sim um meio estratégico para operar de forma mais eficaz e sustentável.

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