EP 01 – O Futuro do BIM: como profissionais e empresas podem se preparar

Nesse episódio de estreia, os hosts Júlio Ribeiro e Lucas Tafarello receberam um convidado muito especial para desdobrar as principais tendências e desafios do mercado: Wilton Catelani. O tema central do bate-papo foi O futuro do BIM: como os profissionais e empresas que atuam com o BIM podem se preparar.

Sobre o convidado

Wilton Catelani é um Especialista em BIM e soluções de construção digital, atuando como consultor estratégico com mais de 36 anos de experiência profissional. Seu currículo notável inclui ter sido um dos fundadores e o primeiro Presidente do BIM Fórum Brasil, onde atualmente é membro do Conselho Consultivo. Catelani também é autor da coletânea de Guias BIM publicada pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e foi Coordenador Geral de Economia Digital e Produtividade Industrial no Ministério da Economia.

Destaques do episódio

Durante o episódio, foram abordados diversos tópicos, oferecendo insights sobre o presente e o futuro da indústria:

BIM: processo, ciclo de vida e padronização

Catelani fez questão de esclarecer que o BIM é, acima de tudo, um processo de colaboração e reutilização de informações, e não apenas uma tecnologia. A informação é o foco, mas ela precisa ser padronizada e planejada para ser reinterpretada e reutilizada por pessoas e máquinas.

  • O Primeiro Passo da Digitalização: O BIM é considerado o primeiro passo da digitalização da indústria da construção, provocando uma visão do ciclo de vida completo do ativo, desde a concepção até a manutenção e o fim de vida.
  • Gestão da Informação: A discussão aprofundou-se na série de normas ISO 19650, que traz as melhores práticas de gerenciamento da informação para empreendimentos de construção civil, sendo um fator que acelera a adoção consistente do BIM.
  • Interoperabilidade e IFC: A interoperabilidade, que é a capacidade de diferentes softwares dialogarem, foi destacada através da importância do IFC (Industry Foundation Classes), que é uma estrutura de dados neutra (e também uma ISO – 16739). Há uma tendência global de contratantes exigirem formatos proprietários e o formato neutro IFC, garantindo a longevidade dos dados.

O desafio da educação e a estratégia governamental

Os especialistas debateram como lidar com a rápida evolução tecnológica e o risco de obsolescência profissional. Foi ressaltada a necessidade de os profissionais buscarem atualização e educação contínua, uma vez que os modelos de educação formal no Brasil (graduações) nem sempre estimulam a criticidade necessária e levam tempo para atualizar suas grades.

  • Estratégia BIM BR: Foi contextualizada a Estratégia BIM BR (e o programa Construa Brasil, seu sucessor), uma política de incentivo à adoção do BIM, que busca usar o poder de contratação do governo para induzir a digitalização da indústria.
  • Certificação Profissional: Catelani destacou a importância da certificação BuildingSMART, a primeira certificação BIM para profissionais no Brasil, que força o estudo das normas e padrões, como a ISO 19650.

GeoBIM e a visão sistêmica

A conversa também introduziu o conceito de GeoBIM, ressaltando que GIS e BIM se complementam e têm uma “ligação umbilical”. O GeoBIM permite a transição entre a análise em escala macro (o contexto geográfico de bacias hidrográficas, áreas de risco) e a escala micro (detalhes da construção), algo essencial para entender os impactos sociais e ecológicos.

Assista ao episódio completo no Youtube ou ouça no Spotify